CVV faz trabalho de escuta ativa no apoio emocional durante todo o ano em Santa Maria; saiba como pedir ajuda ou se tornar voluntário

​​A campanha do Setembro Amarelo termina nesta terça-feira (30), mas o trabalho do Centro de Valorização da Vida (CVV) segue durante todo o ano. Há 64 anos em funcionamento no Brasil, o serviço oferece apoio emocional gratuito e voluntário, 24 horas por dia, pelo telefone 188. Em Santa Maria, cerca de 30 voluntários atuam nos plantões telefônicos e em atividades comunitárias, como palestras, rodas de conversa e grupos de apoio.

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O CVV existe desde 1962 e, até 2013, o contato com o serviço era feito pelo número 141, com tarifa de ligação. A gratuidade só foi conquistada após a tragédia da boate Kiss, quando voluntários da cidade solicitaram ao Ministério da Saúde que o atendimento fosse gratuito no Rio Grande do Sul. Hoje, pelo telefone 188, qualquer pessoa pode ligar sem custo em todo o Brasil.

Glênio Motta, voluntário há 10 anos e porta-voz da unidade local, explica que o atendimento é baseado na escuta acolhedora, sem julgamentos e sem aconselhamento direto.    

Segundo ele, não há um perfil por quem busca pelo serviço. Quem liga são pessoas de todas as idades, desde adolescentes de 15 anos até idosos de 50, 60 ou 70 anos. Os casos são de pessoas que estão em desespero, sozinhas, isoladas, com depressão ou ansiedade, enfrentando problemas familiares, sociais ou de aceitação.

— A pessoa pode falar sobre o que quiser, pelo tempo que quiser. Muitas vezes, o que ela quer não é acabar com a vida, mas, sim, com a dor que está sentindo — diz.

A cada ano, a instituição realiza em média 2,7 milhões de atendimentos no Brasil, o que corresponde a algo entre 8 mil e 10 mil ligações por dia. No mês de setembro, segundo Motta, há um aumento significativo, podendo ultrapassar 12 mil ligações por dia, e já houve anos em que chegaram a 13 mil ligações por dia.

Trabalho com a comunidade

Em Santa Maria, existem cerca de 31 voluntários, mas nem todos atendem ao telefone. Aproximadamente 80% atuam no 188 (telefone) e 20% no serviço comunidade, enquanto 60% dos atendimentos são feitos remotamente de casa, graças a um aplicativo nacional. Além do atendimento telefônico, o posto de Santa Maria mantém um grupo de voluntários voltado exclusivamente para a comunidade, com palestras, rodas de conversa, exibição de filmes, cursos de autoconhecimento e plantões de escuta em situações específicas.

Uma das ferramentas mais importantes é o Grupo de Apoio a Sobreviventes de Suicídio (GAS), criado em 2016, voltado para familiares, amigos e pessoas impactadas direta ou indiretamente pelo suicídio. na cidade, o encontro acontece sempre na primeira segunda-feira de cada mês, às 19h, na sede do CVV, junto à Estação Rodoviária.

— Para cada suicídio, estima-se que entre cinco e 25 pessoas fiquem profundamente afetadas. Esse espaço existe para acolher, sem julgamentos, e para que elas possam compartilhar experiências e amenizar a dor — detalha Motta.

Atualmente, o Brasil conta com apenas 18 grupos como esse. No Rio Grande do Sul, eles funcionam em Santa Maria, Porto Alegre, Ijuí e Novo Hamburgo.

Seja um voluntário

Interessados em se tornar voluntários no CVV de Santa Maria podem se inscrever pelo site cvv.org.br, na aba Quero ser voluntário. O curso é online e, após a formação, o trabalho pode ser realizado em casa ou no posto local.

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